De alguns anos para cá tenho tido muito interesse sobre a área da mente, da espiritualidade e também da psicologia. Algumas situações vão surgindo em nossas vidas (ou não surgem) e começamos a sentir que precisamos buscar respostas e até mesmo apoio para entender melhor sobre si mesmo. Fazer terapia é um exercício maravilhoso para iniciar essa jornada de autodescoberta e autoconhecimento, além de também começar a buscar conceitos, ideias e também ferramentas que ajudam nessa “trilha”.
Um conceito que muito me impactou foi o da inteligência emocional.
A primeira vez que ouvi falar sobre foi através do livro de Daniel Goleman, considerado o pai da Inteligência emocional. O termo é associado ao entendimento de nossos sentimentos e emoções e de conseguirmos utilizá-las e compreendê-las de modo inteligente, ou seja, evitando a reatividade. Basicamente, ser inteligente emocionalmente é ser capaz de reconhecer e avaliar seus próprios sentimentos e o de outras pessoas, e com isso, ser capaz de gerenciar e lidar com eles.
Parece bem fácil falar, difícil de pôr em prática certo? Como bons seres humanos que somos passamos por diversas situações que nos colocam a prova, nos levam ao limite e que podem realmente “torrar nossa paciência”. Mas isso não é motivo para desistir. Muito pelo contrário, o primeiro grande passo é entender mais sobre o tema, estando cada vez mais ciente do que se passa consigo e com os demais. É algo que, você tem um contato inicial, pode ficar surpreso com a imensidão de situações que passam a fazer sentido, e então, se inicia um processo de se tornar mais auto consciente, pensando em como colocar em prática mudanças. É como se você descobrisse uma chavezinha que “abre” sua mente.
Entender um problema ou dificuldade é um primeiro passo. As pequenas mudanças são o que fazem as coisas acontecerem, pois é no dia a dia, na prática, que refletimos sobre algo e podemos ter perspectiva, distanciando um pouco da situação, analisando-a por outros ângulos, até mesmo se vendo de outros modos.
Na terapia cognitivo comportamental, um outro conceito muito impactante é dos pensamentos disfuncionais. Por muito tempo eu acreditava que todos os pensamentos que eu tinha eram de exclusividade minha, que aquelas características e modo de pensar eram algo que faziam parte fixa da minha personalidade, que eram automáticos (ou seja, eu nunca conseguiria vê-los de outro modo) e que eu deveria ter algum problema muito sério e que apenas as outras pessoas eram “normais”.
Porém, ao ter contato com toda a classificação dos pensamentos disfuncionais e me identificar muitíssimo com alguns em especial, eu percebi algo fundamental: que eles não eram uma exclusividade minha. Poxa, havia até classificação dos tipos de pensamentos disfuncionais! Com explicação sobre como funcionavam! Foi um momento (por mais bobo que pareça) de chocante alívio.
Juntamente com a compreensão de que os pensamentos disfuncionais são na verdade muito mais comuns do que eu poderia imaginar (se passando com muita frequência pela mente das pessoas “normais”), eu comecei a compreender sobre as estratégias de enfrentamento aliadas ao entendimento da inteligência emocional.
As estratégias de enfrentamento se aplicam a diversas situações, e através delas conseguimos buscar soluções (ou não) para os problemas. Ao longo de nossa vida desenvolvemos alguns métodos próprios de enfrentamento (que podem não ser os mais adequados) mas foram as ferramentas que conseguimos desenvolver com o conhecimento que tínhamos e com as experiências que passamos (desde nossa infância). E depois de consolidado o comportamento/pensamento, nossa mente começa a assumir aquilo como única verdade, como piloto automático. Esses vídeos são maravilhoso para entender mais: vídeo 1 e vídeo 2!
E aí, a grande questão é conseguir compreender aquilo que se assumiu como “única verdade”, aquilo que pode estar incomodando, e se tornar consciente desse “incômodo” desenvolvendo novas técnicas de enfrentamento, dessa vez de modo mais “emocionalmente inteligente”, em etapas e buscando assim, transpor nossas dificuldades.
Depois de ter esse primeiro contato com o que significa inteligência emocional e sobre alguns conceitos de pensamentos e de comportamentos, senti que um novo mundo começou a se abrir em mim mesma e na percepção dos outros também. Isso não significa que sei tudo sobre o tema, muito pelo contrário, isso me deixa consciente de que pouco sei e que agora todo um novo universo se abre para exploração!