Luiza Grings

Principais ideias do Livro: Despertando sua amiga interior de Natalia de Barbaro

Este livro revela vários aspectos incrustados no nosso modo de levar a vida, principalmente nas mulheres, e apresenta caminhos para podemos observar isso e buscarmos mudanças em nosso interior que, consequentemente, impactam o nosso exterior.

Principais arquétipos negativos que podemos apresentar:

– A submissa – Quer evitar conflitos e agradar a todos em busca de aprovação externa. É uma boa moça, contida, feita e motivada pelo medo. Não quer atrapalhar ou causar conflitos. Ela se sente inferior, como se tudo fosse hierárquico e não houvesse a noção de igualdade. Não nutre seu “GPS” interno, e acaba seguindo as “normas” dos demais. Se encolhe para que os demais tenham espaço. Tem medo da reação dos outros pois acha que deixará de ser aceita, mas esquece que a principal aceitação é a sua própria, não a externa. Sorri quando está com raiva. No final do dia, o que sobra para ela? Cadê sua raiva? Chega!

– A rainha de neve – É inflexível em sua busca por perfeição e controle emocional. Sempre quer correr mais, ganhar mais, superar os demais e não se permite momentos de “fraquezas”. É como uma morta-viva ou um robô. Ela vive com um chicote na mão e quer controlar qualquer aspecto da sua vida. Usa frases como “ter que, deve/deveria, precisar ser/ter..” Ao buscar a perfeição, ela se afasta da vida real. Quando se tenta alcançar o “ideal” você vive no irreal. A rainha de neve é no fundo, feita de medo e vergonha.

A sofredora – Se auto sacrifica e sofre para obter validação. Dá tudo de si para os outros e enxerga apenas o próprio sofrimento. Ela vive uma violência passiva, ultrapassa seus limites e dá o que não tem para sentir que tem controle e poder, se sentindo “necessária” pelos demais. Quando se oferece mais do que tem, você torna a outra pessoa sua devedora, e você pode acabar com raiva dessa pessoa, pois se deixou de lado para agradá-la e esta não necessariamente “pediu” tanto de você ou irá lhe “retribuir” suas “ofertas”.

Uma dança problemática entre esses arquétipos frequentemente ocorre…
A rainha de neve, a submissa e a sofredora mantêm uma relação de triângulo e de desequilíbrio. A primeira crítica, julga e ordena impiedosamente, fazendo a submissa ter alguém para se submeter, já que está sempre desejando ser uma boa moça, atender às expectativas alheias e não causar conflitos, enquanto a sofredora se sacrifica e dá tudo de si, abandonado a si mesma. Essa é a receita para você se tornar um robô, perder sua alma, sua essência. Você se torna uma esposa do filme Mulheres Perfeitas (The Stepford Wives, 2004).

Às três irmãs

As três “personagens” acham que se pararem seus esforços e deixarem de fazer o que fazem para obter aprovação, aceitação, controle e poder, morrerão. Mas na verdade, essa obsessão delas é que mata e machuca, nos deixa menos humanas. Precisamos saber observar essas personagens tentando atuar, e nos reconciliarmos com elas, transformá-las em algo novo. 

Uma mulher embalada a vácuo

 – Cadê você mulher? Cadê sua voz? Quem é você? Qual sua verdade?

– Há mensagens sendo enviadas a você; Pause, respire, observe, medite. A espiritualidade é muito importante, o Universo simplesmente fala, pulsa enviando sinais e você pode lê-los ou não… Mas não leve tudo tão a sério.

Tudo é como deveria ser; Não temos controle das coisas que ocorrem, não somos donas de nada. Todas elas de algum modo irão colaborar na caminhada, no propósito, no florescer, no aprendizado.

– Encontre a menina que mora dentro de você; Dentro de você há um pequeno ser que quer atenção e amor, a qual você deve cuidar. 

– Escute os mestres silenciosos, encontre um espaço onde possam se comunicar com você; Nós fomos criadas no mundo patriarcal e costumamos ficar presas no nível intelectual, no mundo dos ideais. Nos negamos a conectar o espírito com o corpo, queremos superar os limites dessa “coisa” que se estende abaixo do nosso pescoço, e que não consegue ou não quer fazer o que ordenamos que faça. Empurramos para o corpo tudo que não aceitamos: ciúme, inveja, luxúria. Escondemos em nossos músculos, ossos e nosso coração a escuridão que não queremos adentrar. Fingimos não ter “sombras” e nos refugiamos em nossa cabeça. Prendemos em nosso corpo energias potentes, e elas acabam se rebelando contra esse exílio, em geral se manifestando através de doenças.

– Procure perguntas; Você quer ser uma santa? Imaculada/perfeita? Isso é horrível? Por que estou fazendo isso? O que eu quero? Nossa intuição (uma mestra introvertida) é uma caixa de ressonância que repete perguntas importantes. O que você tenta não saber? Ouça as perguntas incrustadas em você.

– Os outros também passam por dificuldades; Uma das crenças que mais nos causam solidão, além de também ser fonte de sofrimento no dia a dia, é a convicção de que os outros ao nosso redor já estão com a vida resolvida e conseguem dar conta de tudo tranquilamente. Em geral, sentimos vergonha da maior parte das nossas características humanas. Lembre-se todos nós somos parecidos uns com os outros: temos medos, inseguranças, derrotas e falhas. Somos iguais perante o tempo e a chama.

– Você não está sozinha; Lembre-se que você não está sozinha nesse mundo, olhe ao redor, observe as pessoas em suas lutas diárias, as situações delicadas, o sorriso de uma criança simples. O mundo é tão grande…

– Não há nada de errado com você; Eu não escolhi os estados emocionais que meu cérebro produz: minha capacidade de sentir amor, raiva, medo. Tudo isso faz parte da minha configuração.” Você tem que se perdoar pelo fato de ser humana. Como podemos abraçar e acolher as nossas partes mal acabadas e não amadas? Como seria se olhássemos para nós mesmas com amor? Como isso transformaria a nossa vida e nossos relacionamentos?

– Me dê um nome; Terna companheira é uma companheira interior sempre presente, que me guia quando escolho o que me faz bem.” Ela é feita de amor e coragem. Sem coragem, o amor não sairia do lugar e a coragem sem amor, não seria suficientemente afável. Ela possui duas missões principais:

— Primeira missão: costurar o que descosturou; “Costurar e recompor partes de mim que Meu Ego, meu medo, meus hábitos não desejados tentam esconder no sótão, debaixo da terra”. Essas partes que, em algum momento da vida foram arrancadas de você. O que há de difícil e imperfeito em nós não surgiu por nossa vontade, é a síntese de um conjunto de acontecimentos que vêm nos construindo desde a mais tenra idade. 

Desde pequena sentimos que deveríamos fazer algo para merecer amor e sentíamos que não éramos suficientes. Assim restringimos nosso verdadeiro potencial, recortamos o que parecia ser inadequado para não correr o risco de perder o amor/ o vínculo com nossos pais ou cuidadores. 

O trauma não é o que acontece conosco, é o que fica na gente como resultado desse evento. O trauma é um acontecimento interno, e significa: ferida. Como resultado de um trauma, sentimos dor, nossas reações ao entorno se tornam mais rígidas e perdemos contato com nossos sentimentos, nos desconectamos de nós mesmos. 

Nossas experiências passadas formam o nosso esquema cognitivo, que são construídos sobre uma base de crenças sólidas. As crenças centrais lhe dizem como é o mundo e qual é o seu lugar nele: quem você é, e como é. As crenças intermediárias levam você a desenvolver uma maneira determinada de agir no mundo. Se os seus cuidadores se afastaram quando você chorava, você pode chegar à seguinte crença central: eu não sou suficiente. Junto a uma crença intermediária mais prática: se eu expressar minha tristeza os outros vão me abandonar. Então tudo começa a funcionar de acordo com esse esquema, você engole as lágrimas e esconde sua tristeza tão profundamente que nem você mesma tem consciência de senti-la. A terna companheira auxilia e nos leva a esses lugares que escondemos bem lá no fundo. Ela diz “agora você pode vir aqui, olhe sua tristeza, eu quero que você a sinta. Aqui está seu medo, toque nele. Isso também é você.”

— Segunda missão: procurar a alma sagrada; O Mundo é um lugar repleto de mistérios, que em sua essência está ao nosso lado. É algo próximo à crença em Deus. Tudo se abre e fecha ao mesmo tempo. A sincronicidade não pode ser explicada, os acontecimentos sincrônicos dizem que nossa realidade está impregnada de coincidências misteriosas e de significados que não podem ser explicados segundo categorias lineares. 

É como uma deusa das pequenas coisas, da Luz, da natureza. Está em todos os lugares. Lembre-se que você é fundamentalmente boa, e alguém está olhando para você com amor. Hoje vivemos em um mundo hiper-racional, ao menos aparentemente, porque todo mundo no final das contas age movido pelas emoções, muitas vezes inconscientes. Por que consideramos o “lógico” superior ao sútil e abstrato? 

O que ajuda?

– A criança interior; Dentro de nós habita uma criança interior, algumas de nós podem ter a bebê e,ou, a menina selvagem. São personagens internas que precisam ser curadas e que refletem o nosso ser mais íntimo, nossa essência, nossas necessidades, nossas carências, nossos medos. 

É preciso olhar e cuidar das nossas crianças interiores. A bebe é mais presente quando você se considera uma pessoa altamente sensível. Pode parecer bobo, mas as suas necessidades são muito importantes. É importante o conceito de “lealdade pessoal”, uma fidelidade a si mesmo que se estende a todas as suas facetas, especialmente as que requerem atenção e cuidado amoroso. 

Esses cuidados podem ser simples como tomar um banho quente, dormir bem, ficar em silêncio, se alimentar, se sentir confortável e quentinha. É importante não infringir dor ou negligenciar o seu próprio corpo, isso é violência consigo mesma. Às vezes, tratamos o nosso corpo e as nossas necessidades como uma mãe ríspida que caminha em um ritmo rápido demais para uma criança pequena, que chora e quer descansar, mas a mãe ignora isso e diz para ela: “cale a boca e ande mais rápido”. É preciso que estejamos atentas aos sinais de sobrecarga e cansaço.

Da submissa à menina selvagem; 

É preciso manter o espírito curioso, olhar de perto, brincar e construir algo seu. Poder surpreender e exaltar, poder cultivar a autenticidade e pureza de uma menina no coração.

Nossas meninas selvagens internas buscam sentir as sensações, a diversão, a leveza. Elas não gostam de passar fome, trancadas no mundo macro, no mundo da disciplina, da rivalidade, de hierarquias, no mundo dos currículos, das frieza e das metas. A menina selvagem quer ver tudo de perto, recarregar suas forças com energia Yin. Ela pede: “me leve ao bosque, toque uma casca de árvore, observe as formas das folhas.. não corra tanto, observe as cores, toque os objetos…” 

A Deusa da menina selvagem é o Deusa das pequenas coisas, a menina selvagem quer tecer a sua vida, não participar de uma corrida com a qual não se importa. Ela vive através dos sentidos. Ela não quer projetos e buscas constantes de um objetivo, riscando itens de um checklist diário, ela quer brincar. 

Há algo com uma força vital, uma centelha que ganha existência através de você, e como só existe uma de você em toda extensão do tempo, essa forma de expressão é única. Se você a bloquear, ela jamais surgirá outra vez e se perderá. O mundo será privado dela. Seu dever é assumir essa forma de expressão e mantê-la fluindo. A menina selvagem faz parte da sua essência e ela traz alegrias.  

Da rainha de neve à adulta

Antes de seguir em frente, entre; busque se interiorizar, conhecer a si mesma, às suas partes mais visíveis e aquelas que ficam ocultas nas sombras. É preciso encontrar a si mesma, e para isso algumas vezes é necessário se perder. Ninguém mais poderá fazer isso por você.

Não siga em frente antes de descobrir quem você é em seu âmago. Comece por dentro. Sua terna companheira poderá dizer para sua rainha de Neve que você não tem que fazer isso ou aquilo, que o seu valor independe dos objetivos, metas e das corridas que ela quer lhe submeter.

– Prepare uma sopa com muito pouco; Você é boa bastante sendo quem é. O que você tem dentro de si é o suficiente. Deixe sua terna companheira lhe auxiliar, e utilize tudo que você já possui dentro de si do modo mais lindo e positivo possível.

– Encontre o amor com o qual tudo começou; As emoções negativas como tristeza, desânimo, fúria e conflito são diferentes formas de resistência e raiva. Por trás da sensação de que somos infelizes, por trás da nossa raiva, da nossa fúria, da nossa vergonha, por trás de todos esses sentimentos ruidosos, existe uma tristeza, um pesar. Quando ansiamos por alguma coisa, essa coisa sempre está conectada com algo que é valioso para nós, com algo que amamos. Se não amamos, não sentimos tristeza. Sentimos tristeza por aquilo que amamos. 

Essa é a chave para o nosso processo de cura. Por trás dos sentimentos ruidosos sempre existe algo suave. Se você se sente pesada por algo que perdeu, por baixo disso deve haver amor. O amor por algo dentro de você, um senso de cuidado por si mesmo, uma ternura. O que significa que você se ama, você sente compaixão por si mesmo. Todo pesar vem do amor, do cuidado, da compaixão. O processo de cura só pode começar quando conseguirmos nos conectar com esse amor, com esse cuidado, com essa compaixão. Se você sente raiva, é porque não é indiferente a si mesmo. Você precisa entrar em contato com o seu amor e cuidado interior para alcançar a cura. 

– Pergunte a si mesma o que você quer; Não se trata de criar planos mirabolantes ou a longo prazo, mas sim de perguntar a si mesma nas pequenas coisas: O que você quer fazer hoje? O que você quer comer hoje? O que você necessita hoje? O que existe por trás dessa necessidade de aplausos?

– Crie seu próprio quarto; Busque ter um espaço só seu, onde você possa se concentrar, meditar, estar consigo e poder fazer todas as coisas que você sente que precisa fazer sem interrupções e sem ser invadida por outras pessoas, ou ter suas necessidades suprimidas pelas necessidades dos outros. Isso transmite um recado importante ao mundo que a rodeia: Essa mulher tem limites que não podem ser ignorados facilmente. 

– Diga sua verdade de maneira calma e clara; Não seja covarde, faça com medo mesmo, pratique dizer o que você pensa, pratique falar bem de si mesma, logo o medo começará a diminuir. Quando você começar a ter iniciativa, a sua opinião sobre si mesma se encaixará com a pessoa que você vê no espelho. Você verá uma mulher que diz o que pensa com calma, não uma menina sentada num canto. Somos adultas, temos nossas debilidades e nossas conquistas. Ganhamos força, coragem e confiança toda vez que olhamos nosso medo nos olhos. Você tem medo e faz: levanta a mão durante a reunião, dirige em uma noite de inverno, escreve os primeiros caracteres numa página em branco, tudo isso vai reforçando a adulta no comando. 

– Siga seu próprio ritmo; Observe o seu ritmo e como isso afeta você. Às vezes pode ser necessário reduzir o seu ritmo ou acelerar o momentaneamente. É preciso se ouvir e sentir o que o seu interior tem a dizer. “Quando paro um momento e respiro um pouco, quando escolho o caminho mais longo no parque, quando paro para olhar a cor do céu ou uma plantinha que cresce ao lado da trilha, eu não perco tempo. Eu não me torno menos eficiente, ao contrário, eu ganho a sensação de ser humana, não uma máquina alimentada por baterias que precisa funcionar o maior tempo possível e o mais rápido possível.” 

Da sofredora à amável 

A sofredora transformada pelo olhar amoroso da eterna companheira se converte na amável. 

– Receba; Será que podemos simplesmente fincar o pé e pedir por algo? Mas não pega mal? É adequado fazer isso? Não deveríamos sentir vergonha? 

A amável é receptiva e deixa para trás o jogo de “quem aguenta mais” da sofredora.  Em nome do que insistimos em aguentar mais? Porque não podemos pedir ajuda? 

Se preciso de algo, significa que não o tenho, e acabo perdendo pontos de minha “imagem” perfeita. Fazemos um horroroso fingimento de que temos tudo sobre controle, o que nos leva a ficar em silêncio quando deveríamos pedir ajuda. Alimente-se quando sentir fome. Receba se quiser ter algo a oferecer aos demais.

– Conheça e comunique seus limites; Quando encontramos nosso âmago e tocamos nosso amor por nós mesmos, quando nos dermos o direito de dispor de um espaço próprio e aprendermos a nos perguntar o que necessitamos, o que nos nutre e o que rouba nossas forças, ainda nos restará a tarefa diária de cuidar dos nossos níveis de energia.

Nossas reservas de energia são limitadas, são como um tanque de combustível. Muitas mulheres tendem a dirigir com tanque na reserva, mas a verdade é que onde não há nada, não se pode tirar nada. 

A sofredora não respeita seus próprios limites. Já a amável cuida da qualidade dos seus relacionamentos e se sente tranquila e suficiente por dentro para saber que o mundo vai esperar por ela enquanto ela se regenera. Para cuidar da sua saúde, o primeiro passo é aprender a reconhecer os seus limites. Não se trata de “impor limites”, mas sim definir e informar os seus limites. Eles definem o que é aceitável ou não para nós.

– Diga “Não!’ diga não; A mulher amável dá quando quer dar, e concorda quando quer, mas não oferece o que não tem. Ela não apenas reconhece seus limites como os comunica. “Aqui você pode entrar, aqui não.” 

Você tem o direito de poder se recusar a fazer algo, a aprovação dos outros não vale você passar por cima de si mesma. Não se sinta culpada por não ter se “sacrificado” pelos outros. Você dá quando é de coração e quando pode, mas você não tem obrigação de fazer algo que não quer ou não se sente confortável. 

Tudo começa com um não dito de forma assertiva, decidida, educada e sem medo. E depois vem o elemento que costuma fazer a pessoa desistir como: “não vou digitar”, “Não vou ficar até mais tarde”. Depois inclua a justificativa, como: “não vou ficar até mais tarde. Tenho um compromisso”. “Não vou cuidar da sua filha. Vou viajar.”, “ Não vou digitar. Tenho outras coisas para fazer.”, “Não vou cozinhar hoje. Marquei de encontrar minhas amigas.”

Ao comunicar o seu “não” você pode se deparar com um protesto, e caso isso aconteça, repita quantas vezes necessário, como um disco arranhado. Lembre-se ao dizer NÃO, você abre espaço para um sincero SIM para você mesma.

– Diga “Sim!” Quando a amável oferece, é porque tem algo a oferecer, e porque quer. Ela não se sacrifica. Ela tem energia para oferecer algo de bom grado, e quem recebe algo dela se sente presenteado, e não chantageado por sua falsa bondade. 

Nosso “não” e nosso “sim” são interligados, um não existe sem o outro. Nosso “não” serve ao nosso “sim”. Só então podemos realizar coisas com verdadeiro amor e carinho. Nossas relações são como contas bancárias emocionais em que cada pessoa, inclusive nós, damos, recebemos, depositamos e sacamos, conforme as situações dos nossos dia a dia. 

Por exemplo, quando a sua mãe telefona reclamando de você, deixando um sentimento de culpa, ela faz uma retirada de fundos da sua conta com ela. Quando ela aparece para cuidar do seu filho porque de repente você precisou ir ao escritório, ela faz um depósito. É preciso responsabilizar-se pelo rastro emocional que você deixa, sejam eles positivos ou negativos. É preciso ter cuidado e equilibrar os relacionamentos, e principalmente, lembrar-se do seu próprio saldo. 

A principal moeda com a qual você demonstra amor é o tempo. Por isso, ele deve ser preenchido com uma atenção verdadeira.

– Procure a leveza; Entre amor e liberdade, andar na corda bamba, entre dar e receber, entre o espaço próprio e o compartilhado, entre nós mesmas e os demais. Precisamos de leveza. Na prática, isso significa abrir mão, ao menos, daquelas coisas pelas quais lutamos ferozmente, como se a sua vida dependesse delas. Abrir mão de batalhas, de joguinhos, de birras e brigas apenas para ter a razão e estar certa. Quantas batalhas são realmente significativas? Quais delas realmente estão contra a nossa dignidade?

É preciso abrir espaço para o caminho do meio, assim a submissa se transforma na menina selvagem, a rainha de neve em adulta, e a sofredora em amável. 

– Faça uma reverência a seu ser; Faça uma verdadeira referência a você mesma: pose uma das mãos no peito, feche os olhos e, com uma grande concentração, incline a cabeça. Independente da situação em que você esteja, lembre-se de fazer uma reverência a você mesma, nem que seja mentalmente, apesar dos dias bons ou ruins, lembre do seu amor e do seu ser.

Referências e indicações desse livro: 

Livro: O vício da perfeição, de Marion Woodman

Livro: Mulheres que correm com lobos

Livro: Conversas ferozes (Fierce Conversations), de Susan Scott

Livro: Broken Open – Aberta por Inteiro, de Elizabeth Lesser

Livro: Shambhala – A Trilha Sagrada do Guerreiro, de Chögyam Trungpa

Livro: Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes (The 7 Habits of Highly Effective People), de Stephen R. Covey

Poeta: Rumi – poeta sufi do século XIII (segredo às claras)

Personagem: Claire Underwood – House of Cards

Filme: Mulheres Perfeitas (The Stepford Wives, 2004), com Nicole Kidman

Filme: A Dupla Vida de Véronique

Filme: A Noviça Rebelde (The Sound of Music, 1965)

Série: Big Little Lies